Andam questionando a sua fé?

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Talvez você esteja me lendo em meio a um profundo sofrimento. Você tem muitas perguntas, mas poucas respostas, muitas dores, pouco alívio.

Nós vivemos em um mundo em que o sofrimento é algo mais comum e presente do que qualquer um de nós desejaria, e você sabe, tanto quanto eu, que só entende mesmo o que é sofrer quem está sofrendo e só entende o quanto dói, quem está sentindo a dor.

Honestamente, eu penso que nós, que dizemos que seguimos a Jesus, muitas vezes, somos muito mais parecidos com os “amigos de Jó” e com os escribas e fariseus do tempo de Cristo do que com Aquele que a Bíblia chama de “homem de dores, servo sofredor e que sabe o que é padecer”; especialmente, quando o assunto é dor, sofrimento e perguntas sem respostas.

Parece que muitos sentem uma necessidade doentia de ter uma resposta pronta para dar para cada pergunta que surge, especialmente quando se relaciona à vida de outras pessoas. Nós temos uma facilidade incrível de saber o que está errado e fora de lugar na vida dos outros e como tudo poderia ser facilmente resolvido.

Quando estamos sofrendo, logo, aparece gente dizendo saber a razão porque isto ou aquilo nos aconteceu: querendo nos dar “uma revelação”; uma “visão”; uma “palavra dos céus” ou “um recado”. Já viu isto?

É simplesmente incrível a necessidade que muita gente tem de falar nestes momentos em que a maior sabedoria está no silêncio, na humanidade compartilhada, na compaixão, na oração e na solidariedade.

Parece que para muitas pessoas é como se a vida fosse uma simples equação matemática em que todas as respostas são lógicas e fáceis, desde que se conheça a fórmula certa. Mas a vida não é uma equação matemática, e, sinceramente, não existem fórmulas, frases prontas e nem respostas fáceis a serem dadas. Nem a Bíblia faz isto.

A vida é a vida. A dor é dor. E o sofrimento de cada um tem a intensidade, a dimensão, o gosto e o rosto de cada um.

O que para você pode não representar tanto sofrimento; para outra pessoa, pode representar um grande sofrimento, e, isto, simplesmente, porque somos seres humanos únicos, individuais e diferentes: com histórias diferentes, experiências diferentes e vidas diferentes. Por isto, cada um de nós sente, entende e percebe a vida de sua própria maneira.

Ainda mais cruel é quando alguém se aproxima de nós, em nome de uma pretensa espiritualidade e faz a famosa pergunta: “Você não tem fé?”

Perdoe-me a franqueza, mas se quem está sofrendo tanto não tivesse fé, não estaria nem mais vivo para ouvir esta pessoa falar tamanha bobagem.

Fé é uma caminhada com Deus, um relacionamento com Ele, algo entre você e Ele.

É fé em Jesus e no que Ele fez na cruz em nosso lugar. É saber que Deus nos amou primeiro e que nada pode nos separar do Seu amor que está em Cristo Jesus, o nosso Senhor.

Questionar a fé de alguém que está sofrendo é, no mínimo, desumano. É fazer como fizeram com Jesus quando passavam por baixo da cruz e diziam: “se Deus te ama, que te livre, agora” ou “se tu és o Filho de Deus, salve-se a si mesmo”.

A única resposta a dar em um momento assim foi a que Jesus deu quando disse: “Pai, perdoa-lhes, porque eles não sabem o que fazem”.

Nós não podemos esquecer que a verdadeira espiritualidade precisa ser vestida de gente. Porque ou ela é humana ou ela não é a que Jesus ensinou, porque Ele é a Palavra que se fez carne, o Deus que se fez gente. Ele se fez semelhante a nós em todas as coisas e é capaz de se compadecer de todas as nossas angústias e dores.

Então, se você está se cobrando ou pressionando, por achar que porque você crê em Jesus, deveria estar sofrendo menos do que está, por favor, pare com isto. Você é simplesmente humano.

O que Deus nos dá em meio a tudo que estamos atravessando é esperança, forças, graça, sabedoria, consolação e a Sua presença.

Talvez nós não estejamos conseguindo sentir nem perceber a presença de Deus em meio a tudo que está acontecendo, mas Ele continua presente. Ele nunca foi embora. Ele nunca nos deixou. Ele está aqui e aí presente agora enquanto você lê estas linhas.

A questão é que Deus está presente independente de qualquer coisa que esteja ou não acontecendo. Ele está presente, porque Ele é presente na sua e na minha vida. Ele está presente por ser quem Ele é. Ele está presente, porque, na cruz, Ele fez um compromisso baseado em Sua própria vida e no sangue de Jesus, de que nunca nos deixaria e jamais nos desampararia e de que todo aquele que crê em Jesus tem a vida eterna e não entra em condenação, mas já passou da morte para a vida.

Se você e eu sentimos ou não, isto não muda nada. Ele está aqui e aí, agora mesmo. Mais perto que a sua própria respiração e que o ar que você e eu respiramos neste segundo.

Mas não só Ele está presente, Ele está com você: segundo a segundo, minuto a minuto, hora a hora, dia a dia, mês a mês, ano a ano. Todos os momentos de sua e de minha vida.

Nele nós vivemos, nos movemos e existimos, pois somos Sua criação. E se prestarmos atenção, vamos perceber, silenciosa e suavemente, o agir de Deus em pequenas coisas que acontecem em nosso dia a dia.

Eu li sobre um homem idoso e uma criança que se encontraram na rua e chegaram em suas casas dizendo que tinham tido um encontro com Deus. O senhor idoso viu Deus sorrindo para Ele no sorriso puro, sincero e inocente daquela criança e a criança viu Deus olhando para ela no olhar terno e paciente daquele senhor.

Um pequenino gesto de bondade, um pequeno toque de gentileza, uma brisa suave, uma cena do dia a dia, uma palavra de um desconhecido, o sorriso de uma criança, uma lágrima de solidariedade podem ser formas de Deus nos dizer: “Eu estou bem aqui com você”.

Mas mesmo sem nenhuma destas coisas, há uma cena que nunca vai deixar de nos falar do amor com o qual Deus nos ama: a cruz de Jesus.

Deus provou o Seu amor para conosco, no fato de que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores. Nada nos fala tanto do amor de Deus quanto Jesus, na cruz, entregando a Sua vida por nós.

Se pessoas estão questionando sua fé, por causa de sua dor, não dê atenção. Continue caminhando. Deus não está questionando você, Ele está segurando a sua mão e andando lado a lado com você.

O choro pode durar uma noite, mas a alegria vem pela manhã.

Pense nisto.

Paulo Cardoso

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Quando a alma é sequestrada pela dor

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Alguma vez você já sentiu como se a sua alma estivesse sequestrada pela angústia? Algo como se você tivesse sido feito refém do medo, da tristeza, da dor e da desesperança?

Eu penso que era deste modo que o salmista se sentia quando escreveu: “Misericórdia, Senhor! Estou em desespero! A tristeza me consome a vista, o vigor e o apetite. Minha vida é consumida pela angústia, e os meus anos pelo gemido; falta-me a força devido à minha aflição, e os meus ossos se enfraquecem” (Salmo 31:9,10 – NVI).

Não é interessante pensar sobre como palavras que foram escritas há quase 3000 mil anos atrás podem falar tanto conosco hoje? E como o desabafo de um homem que sofria e gemia, há tanto tempo atrás, consegue descrever com tanta riqueza de detalhes aquilo que tantos de nós sentimos hoje?

Isto me faz pensar que a alma dele era igual a sua e a minha.

Veja que ele diz que está em desespero: sua esperança tinha acabado.

Ele diz que a tristeza consumia a sua vista, as suas forças e o seu apetite.

Em outras palavras, ele não conseguia ver mais nada com clareza e parecia que tudo estava embaçado pelas lágrimas da sua própria dor. Era como se ele estivesse vivendo no meio de um nevoeiro em que ele não conseguia mais enxergar nenhum caminho diante de si.

A tristeza havia se tornado a lente através da qual ele enxergava a própria vida e tudo ao seu redor.

Mais que isto, ele se sentia enfraquecido, cansado, esgotado e sem ânimo para nada.

Ele perdeu o apetite; algo que tem haver com o próprio instinto de sobrevivência que todos temos. Perdeu o prazer, a alegria, o desejo, a fome.

Para ele, a sua vida estava sendo consumida pela angústia e os seus anos pelo gemido. O tempo passava, mas nada parecia mudar.

É aí que ele sente-se sem força e diz que os seus próprios ossos se enfraqueciam por causa da sua aflição.

De alguma forma ou de muitas formas, o corpo dele estava adoecendo por causa da tristeza de sua alma. Não é exatamente assim que acontece conosco?

Se você já sofreu ou sofre com estresse, depressão, ansiedade, fobias, pânico ou qualquer outro transtorno emocional, sabe, exatamente, sobre o que este salmista estava falando.

É quando as emoções começam a procurar um órgão de choque como que para descarregar a sua dor. E aí surge uma série de sintomas físicos que o médico não consegue identificar a causa real, por mais exames que sejam feitos, e que, de fato, são fruto do que está acontecendo na alma da gente. Ou como diz em Provérbios: “O coração ansioso deprime o homem, mas uma palavra bondosa o anima” e, mais adiante, “o coração bem disposto é remédio eficiente, mas o espírito oprimido resseca os ossos”.

No meio de tudo isto, porém, surge uma luz na escuridão. Mesmo sentindo tudo aquilo, ele ainda sabe que há um Deus a quem clamar: “Misericórdia”.

Mesmo sem sentir Sua presença ou ver qualquer evidência de que Ele estivesse presente ou agindo em sua vida, ele continua falando com Deus. E o que ele pede a este Deus é misericórdia.

Ele apela ao Deus que tem coração para a nossa miséria. O Deus que se compadece da nossa dor. O Deus que sofre com o nosso sofrimento.

E é aí que eu encontro neste Salmo 31, palavras carregadas de uma beleza enorme, quando ele diz, no meio de toda a sua angústia, que vai se alegrar por causa do amor de Deus por ele e porque “viste a minha aflição e conheceste a angústia da minha alma”.

Saber que Deus me ama, gosta de mim, se interessa, se importa, sofre comigo, vê a minha aflição, e que Ele, realmente, conhece a angústia da minha alma, é algo que pode trazer consolo no meio da minha dor.

É neste Deus que você crê?

Porque este é o único Deus que a Bíblia realmente apresenta. O Deus que se revelou em Jesus e que se entregou em uma cruz por amor a cada um de nós. O Deus que estava em Cristo reconciliando consigo o mundo.

O Deus que se fez homem e se tornou semelhante a todos nós. O Deus que se identificou com a nossa fragilidade, pequenez e sofrimento. O Deus que lidou com todas as pressões, seduções e opressões deste mundo em que vivemos. O Deus que pisou o nosso chão e que se deixou ferir pelos cardos e espinhos desta vida. O Deus que suportou a injustiça, a arrogância e a violência dos homens. O Deus que se deixou pendurar em uma cruz, sangrando, com sede, abandonado pelos seus amigos e zombado pelos seus perseguidores.

Este Deus “cego de amor”, como escreveu um autor, é o único que Jesus revelou.

E este é o Deus que socorreu o salmista em sua dor. O Deus que o resgatou de continuar refém de sua própria angústia e lhe deu segurança e liberdade.

Aqui eu aprendo a quem clamar quando eu também estiver me sentindo desta forma.

Não é uma religião, um movimento, uma instituição ou uma crença. É um relacionamento com uma Pessoa. É conhecer e ser conhecido por Alguém. É ser encontrado e encontrar Aquele que nos amou primeiro. É ser amado e amar o Deus que se revelou em Jesus. É um caminhar no chão da vida, lado a lado, com quem viu a nossa aflição e conheceu a angústia da nossa alma. É simplesmente isto.

Que você e eu possamos conhecer este Deus na face de Jesus.

Pense nisto.

Paulo Cardoso

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A única resposta ao sofrimento!

O Cristo crucificado chamou para Si todas as nossas iniqüidades, pecados, mazelas, egoísmos e injustiças. Ele chamou para Si todas as nossas doenças, dores e traumas físicos e emocionais. Ele chamou para Si todos os gritos entalados em nossa garganta, todas as perguntas para as quais nós nunca tivemos respostas, todas as agressões que nós sofremos e que parecem nunca terem sido punidas, todas as lágrimas que nós nunca pudemos chorar diante das pessoas. É assim que a Bíblia me fala da cruz!

O Deus da cruz não é um Ser insensível, que fica sentado, passivo, no Seu trono de glória, assistindo a desgraça e o sofrimento humanos; Ele é o Deus que sofre e chora conosco e por nós! Ouça esta mensagem e se quiser compartilhe com mais alguém.

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Jesus é o centro de tudo!

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Você já parou para observar como tudo em nossos dias gira em torno do homem?

No pensamento dos nossos dias o homem é o centro de tudo, a razão de tudo e o propósito de tudo. E por isso, o que importa são os seus sonhos, projetos, vontades, sucesso, realização e felicidade pessoal.

Tudo funciona como se o homem fosse o centro de todo o Universo e tudo mais tivesse que girar e gravitar em torno dele e em função dele. É como se todas as coisas existissem por ele, em função dele, por meio dele e para ele.

Mais vai além, porque para muitas pessoas, elas são o centro do Universo. Tudo tem que funcionar em função delas, de seus sonhos, alvos, projetos, vontades, caprichos, opiniões e bem estar. Parece mesmo que elas pensam que todos existem para fazê-las felizes e realizadas. Todos, até mesmo Deus.

Para muitas pessoas, se Deus existe é acima de tudo para fazê-las felizes e realizar os seus sonhos e projetos.

Se você acha que é diferente no meio daqueles que falam muito de Deus, pense de novo.

Na verdade, quando eu penso nas letras das canções que mais são cantadas em nossos dias, nos temas e conteúdos de muitas pregações, nos assuntos de muitos livros cristãos da atualidade, nos chavões, frases de efeito e palavras de ordem que são usadas por tantas pessoas falando em nome de Deus, o que eu percebo claramente é que o centro é o homem.

Muitas pessoas estão falando em nome de Jesus, alinhavando dezenas de textos da Bíblia para provar o que estão falando, escrevendo e cantando; muitos estão chorando, rindo, pulando, dançando, fazendo declarações de amor, dando testemunhos de conquistas e realizações e fazendo muitas coisas em nome de Deus, mas o centro de tudo continua sendo o homem.

Não é à toa que as palavras mais usadas hoje são realização, conquista, poder, sonhos, alvos, metas, projetos, propósitos, autoridade, alcance, sucesso, prosperidade e honra.

Pense.

Eu poderia sugerir que voltássemos às páginas do Novo Testamento, ao tempo dos primeiros discípulos de Jesus, e pensássemos a respeito de como eram as coisas naquela época, mas se voltarmos apenas cem anos atrás e pensarmos sobre quais eram as letras dos hinos, os conteúdos das pregações, o estilo de vida, os temas dos livros e a motivação das pessoas que falavam em nome de Cristo e se diziam seus seguidores, já seria bastante.

Será que você já percebeu alguma diferença?

A Bíblia, falando em Deus, diz que “dele, por meio dele e para ele são todas as coisas”.

Em outras palavras, tudo pertence a Ele, existe por causa dele, por meio dele e para ele. Ele é o centro de tudo. Na verdade, sem Ele, nada existiria.

A Bíblia diz que em Jesus foram criadas todas as coisas que existem nos céus e na terra, visíveis e invisíveis. Absolutamente tudo foi criado por Ele e para Ele.

Jesus é antes de todas as coisas e todas as coisas só subsistem ou continuam a existir por meio dele. É daí que em tudo Ele tem a preeminência, a primazia ou o primeiro lugar e nele habita toda a plenitude. Em outras palavras, Cristo é o centro de tudo.

E se você perguntar por que é assim, a Bíblia diz que é porque foi do agrado do nosso Pai Celestial.

Agora, graça, amor, misericórdia, compaixão, bondade, justiça, verdade, perdão, humildade, modéstia, simplicidade, singeleza, liberdade, gratidão, humanidade, generosidade, cuidado com os pobres, doentes, rejeitados e excluídos são as realidades que nós mais fortemente podemos ver na vida de Jesus. Era assim que Ele era.

Enquanto os religiosos do tempo dele se achavam justos, eram arrogantes, cheios de juízos e ódio e amavam a glória dos homens, o dinheiro, o poder e o reconhecimento social; se preocupando mais em manter suas posições e autoridade no meio do povo do que qualquer outra coisa; Jesus, com muito amor, graça, compaixão, simplicidade, singeleza e verdade, estava convidando a todos que estavam cansados e sobrecarregados a irem a Ele e encontrarem descanso para as suas almas.

Pense sobre isto.

Veja que Jesus é o Centro de tudo, o Senhor de tudo, o Dono de tudo, a Razão de tudo, o Propósito de tudo, o Soberano do Universo, mas é manso e humilde de coração.

Ele é bom, misericordioso, compassivo, justo, generoso e rico em graça. A prova disto, acima de tudo, está na cruz, onde Cristo deu a Sua vida em nosso lugar. O Justo morreu pelos injustos para levar-nos a Deus. Não fomos nós que amamos a Deus, mas Ele nos amou e enviou o Seu Filho para propiciação pelos nossos pecados.

Daí que nós não somos o centro do Universo. Na verdade, sem Deus nós nem mesmo existiríamos e sem a Sua graça, bondade e generosidade nenhum de nós ainda estaria aqui. É Ele quem a todos dá a vida, a respiração e todas as coisas, sendo generoso até com os ingratos e maus. Ele é o centro, a razão e o propósito de tudo.

Posso sugerir a quem quer conhecer a Cristo, ser Seu discípulo e andar com Deus com simplicidade e verdade, que nós todos precisamos voltar aos Evangelhos e aprender o caminho?

As palavras que descrevem nossas atitudes, buscas, valores, importâncias e modo de viver precisam ser as mesmas que descreviam a Jesus e aquilo pelo que nós somos conhecidos precisa passar a ser o mesmo pelo qual Ele foi conhecido.

É claro que somos humanos, quebrados, falhos, imperfeitos, limitados e estamos todos aprendendo, mas este é o alvo.

O convite é para que nós creiamos em Jesus e sigamos a Ele. Porque dele, por meio dele e para ele são todas as coisas. E Ele morreu por todos, para que os que vivem não vivam mais para si mesmos, mas para aquele que por eles morreu e ressuscitou.

Que a graça de Cristo nos conquiste e transforme para o louvor da Sua glória.

Paulo Cardoso

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Espiritualidade vestida de gente

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Aprender a vestir a minha espiritualidade com humanidade, simplicidade, humildade, sensibilidade e compaixão é um desafio diário.

A verdade é que ou nós somos tentados a viver uma humanidade sem espiritualidade ou uma espiritualidade sem humanidade. Mas por mais “espiritual” que alguém pense ter se tornado, ele é um ser humano como qualquer outro ser humano, com todas as dificuldades, necessidades, fraquezas, perplexidades, limitações, tentações, ambiguidades, contradições, dúvidas, falhas, medos e conflitos que todos experimentam.

Tentar negar isto e fazer “de conta” que não é assim é caminho certo para um profundo adoecimento interior e para não viver o verdadeiro Evangelho de Jesus. É o caminho de uma religiosidade doente, mas nunca do Evangelho.

Porque por toda a Bíblia eu posso ver a humanidade de seus personagens sendo exposta sem disfarces.

Eu leio, por exemplo, que Elias, um conhecido personagem bíblico, era homem semelhante a nós, sujeito aos mesmos sentimentos, e orou, insistentemente, a Deus para que não chovesse sobre a terra, e, durante três anos e meio, não choveu. O texto continua dizendo que ele orou de novo e o céu deu chuva e a terra fez germinar seus frutos.

Elias era homem sujeito às mesmas dores, imperfeições, crises, contradições, tentações, doenças e sentimentos; mas, nem por isto deixou de ser de Deus. Ele era homem e nem por isto deixou de ser ouvido, quando teve a coragem de orar e crer que Deus era capaz de ouvir a voz de um simples homem como ele.

A verdade é que a Bíblia toda é a história do relacionamento de Deus com homens e mulheres exatamente como você e eu. E o que é interessante é que ela jamais esconde a humanidade mais visceral de seus personagens.

Ou seja, na Bíblia não há superhomens ou supermulheres da fé; apenas homens e mulheres comuns, de carne e sangue, que através de sua confiança simples e sincera em Deus caminharam com Ele na terra dos homens.

Se você conhece a história de Elias, por exemplo, sabe que ele foi aquele profeta que orou e o fogo desceu do céu; orou e o céu se fechou; orou de novo e a chuva veio torrencial e abundante sobre a terra seca.

Só que este mesmo profeta, porque era um homem como qualquer um de nós, sentou-se debaixo de uma planta do deserto e pediu a morte para si. Este mesmo homem de fé em Deus entrou em uma caverna e se encolheu em seu medo, tristeza, frustração e profunda depressão.

Pense que Deus não escolheu usar seres glorificados e perfeitos para expressar Sua vida, graça e amor; Ele decidiu usar gente como você e eu. Gente que chora e que ri; que duvida, mas que volta a acreditar; que cai, mas que se levanta; que passa por crises, mas que as enfrenta pela graça de Deus.

Eu jamais posso me esquecer de que Deus se fez gente e habitou entre nós. Ou, nas palavras de João: “O Verbo se fez carne”.

Jesus é o Deus que nasceu como um pequenino neném; foi enrolado em faixas e panos e deitado numa manjedoura em uma pobre e simples estrebaria. Ele é o Deus que se deixou ser cuidado, amamentado e carregado no colo de uma mulher. Ele é o Deus que precisou aprender a andar, a comer, a falar e a fazer todas as outras coisas do mesmo modo que você e eu precisamos. Ele é o Deus que cresceu como menino e aprendeu o ofício de carpinteiro.

Eu nunca me esqueci de um pregador que disse certa vez que Jesus não tinha rosto de anjo, mas rosto de homem.

É aí que em Jesus, Deus se fez homem e se misturou no meio das pessoas. Ele habitou entre nós, andou neste chão, viveu como gente, enfrentou as realidades e as dificuldades da vida que todos nós enfrentamos, chorou as lágrimas da existência que todos nós choramos, sentiu e sofreu as dores e as angústias que todos nós sentimos e sofremos.

E é por isto que Ele pode se compadecer de nós e nos socorrer no momento que necessitamos.

Jesus realmente sabe o que é ser gente. Ele, sendo Deus, se limitou a Si mesmo, se empobreceu a Si mesmo, se humilhou a Si mesmo e se fez Homem de dores e Servo sofredor que sabe o que é padecer. É isto que a Bíblia nos ensina.

Mais que isto, Jesus é Deus que nos amou e se entregou por nós no alto de uma cruz. Deus estava em Cristo, diz a Bíblia, reconciliando consigo mesmo o mundo.

Na cruz, Ele morreu a sua e a minha morte, carregou sobre Si mesmo os seus e os meus pecados, levou a nossa culpa, recebeu o juízo que era para nós, pagou a nossa dívida, nos perdoou, riscou o escrito de dívida que nos era contrário e o encravou na cruz e é perfeitamente capaz de nos salvar e levar de volta à comunhão com o Pai Celestial. O que eu preciso fazer é sinceramente me voltar para Ele e crer nele e no que Ele fez na cruz em meu lugar.

Eu me lembro, quando Pedro escreve que os mesmos sofrimentos que nós passamos também acontecem entre nossos irmãos por todo o mundo. E isto me mostra o quanto há uma espécie de democratização do sofrimento neste mundo, porque todos sofrem de um jeito ou de outro.

É aí que eu nunca estou isolado na minha dor. Eu não sou o primeiro, não sou o único e não serei o último a sofrer desta dor. Há, agora mesmo, uma multidão imensa de companheiros de tribulação atravessando os mesmos dramas que eu enfrento. Mas não só isto: há uma nuvem enorme de testemunhas ao redor testificando que, com a graça de Deus, é possível passar por isto sem ser destruído pela dor que eu estou sentindo.

O que eu preciso fazer é resistir, firme na fé em Jesus que me amou e a Si mesmo se entregou por mim. Eu preciso resistir, sabendo em quem eu tenho crido e que Ele é poderoso para guardar o meu depósito até o dia final. E isto não é confissão positiva ou “fé na fé”, mas, simplesmente a confiança simples e humilde em um Deus que me ama além de todo o entendimento e que disse que nunca irá me deixar e que jamais irá me abandonar.

A Palavra de Deus afirma que nós somos amados, queridos e guardados em Deus. Na verdade, ela vai além e diz que a sua e a minha vida estão escondidas com Cristo em Deus e que nada e ninguém podem nos arrebatar de Suas mãos ou nos separar no Seu amor.

É então que eu aprendo que se eu vou viver uma verdadeira espiritualidade, eu preciso vesti-la com cara de gente.

Eu preciso colocar de lado todos os cacoetes, chavões, frases de efeito, maneirismos e adoecimentos da religião e começar a expressar a vida de Jesus com humildade, liberdade, honestidade, simplicidade, modéstia, singeleza e verdade. E eu preciso fazer isto sem medos, culpas, pressões ou opressões. A minha fé precisa ser a do Evangelho de Jesus.

Eu preciso dar a mim mesmo o direito de ser crente em Jesus e continuar a ser gente neste mundo, porque foi isto que Jesus viveu e ensinou com a Sua vida. Não significa liberdade para fazer o que eu penso, sinto ou acho que é certo, mas a liberdade de andar guiado pelo Espírito Santo. A lei do Espírito de vida em Cristo Jesus nos libertou da lei do pecado e da morte.

Eu não preciso ter todas as respostas e nem ter uma vida perfeita para me compadecer do meu semelhante e ser solidário com ele. Eu não preciso fingir que não tenho problemas e conflitos ou que não sinto medo e tristeza. Eu posso ser verdadeiramente humano e ainda assim ser alguém que caminha com Deus.

É aí que não existe verdadeira espiritualidade sem genuína humanidade e não existe genuína humanidade sem uma sadia espiritualidade.

Pense que Jesus quer que sejamos gente que é capaz de socorrer o seu semelhante, simplesmente, porque ele é seu semelhante. Gente que pode amar a Deus e as pessoas com simplicidade. Gente que pode se compadecer de quem sofre, sem julgar e sem colocar rótulos ou começar a usar jargões religiosos e oferecer fórmulas, receitas e soluções pré-fabricadas que só desrespeitam a dor e o sofrimento das pessoas.

Precisamos resgatar, urgentemente, a espontaneidade da nossa fé e a humanidade da nossa espiritualidade. Aprender a viver um Evangelho que tenha o jeito de Jesus e não o dos religiosos que falam em Seu nome, mas que não expressam a Sua graça, a Sua simplicidade, a Sua humildade e nem o Seu amor. Expressar uma fé que seja uma combinação sadia de honestidade e esperança.

Que Deus nos ajude, por Sua graça, a viver uma espiritualidade como a de Jesus, o Deus que se fez gente.

Paulo Cardoso

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Véu rasgado, caminho aberto!

Quando Jesus se ofereceu na cruz em nosso lugar e entrou, Ele mesmo, por nós, no verdadeiro Santo dos Santos, que é o céu, tudo mudou. Agora, unicamente através de Jesus e do que Ele fez por nós, qualquer pessoa, de qualquer tribo, língua, povo e nação pode ter, ela mesma, livre acesso a Deus. Jesus fez com aqueles que o recebem e nele creem uma Nova Aliança através do seu próprio sangue derramado em nosso lugar. O que separava o homem de Deus foi removido na Cruz de Jesus e todo aquele que em arrependimento e fé em Jesus e no que Ele realizou se voltar para Ele tem o caminho aberto para a presença de Deus.

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